Jesus disse que se os nossos olhos fossem bons, todo o nosso
corpo seria bom e se eles fossem maus todo o nosso corpo seria mal.
Não são os olhos com
os quais o homem enxerga que faz dele bom ou mal em todo o resto, mas os olhos
que interpretam a vida. E esse olhar existe mesmo nos olhos de quem já nasceu
cego.
Porém existe um olhar que persiste em ser mais rápido que o
interpretar, que é o olhar a cerca de si mesmo. Como me enxergo, determina como
me sinto comigo mesmo e também em relação a mim com os outros.
É impossível eu enxergar algum mal sem que antes não o tenha
visto em mim mesmo. O mesmo processo pode ser dado ao bem que vejo. Ou seja; a
maneira que interpreto fora é por que primeiro vi em mim.
O Mestre disse que os olhos são o que ilumina o corpo, sendo
assim; eles são responsáveis para mostrar o bom caminho no chão dessa terra mal.
O olhar do meu ser só poderá ser luz se antes iluminar a
mim. Só aí é que outros podem ser perturbados na alma com a luz que do meu ser
brotará.
Assim sendo, só poderá ser luz no mundo quem antes por essa
consciência sabe onde está de fato o mal que vê.
Aí poderá ser luz, porque antes iluminou-se em Deus por meio
de Cristo. Que não confunde mais confronta quem está na escuridão com a luz que
apresenta onde a escuridão é escuridão de fato.
Mesmo assim, existem aqueles que insistem em ser luz do
mundo vivendo em total estado de escuridão. Seja ela existencial, psicológica, moral,
ética, cultural, sexual, religiosa...
Poderíamos escrever páginas e páginas sobre isso, porém sei
que você já começou a entender onde de fato está seu julgamento em relação ao
próximo.
Afinal de contas seria bem mais simples a gente tirar onda
de luz do mundo do que ter que iluminar a nos mesmos.
Esse é o olhar do crente. Sempre é da cara pra fora. Nunca
existe uma analise interior para saber onde se encontra a ira nele de acabar
com a festa de aniversário de um amigo ou de um irmão apenas pelo simples fato
de está presente membros da família que tomam uma cervejinha ou fumam um
cigarro.
A luz no olhar do crente que deveria antes de tudo ser um diagnóstico
nele mesmo pela súbita claridade da mesma, não passa de uma forma de tornar
público aos outros o desconforto que ele sente em não poder tomar da mesma
cerveja por medo de perder a “luz” que o habita. Não sabendo o mesmo que isso
apenas o faz o ser mais escuro do ambiente.
Esse “olhar” do “evangélico” sem Evangelho é o mesmo do
irmão do filho prodigo, quando chega a casa e vê o banquete que é dado ao
menino que gastou toda a fortuna do pai e agora recebe de presente um lindo
anel, e é vestido de boa roupa e preparada para o mesmo uma festa enorme. O
irmão não está com ciúmes da festa, nem do anel, muito menos da roupa... Na
verdade tudo não passa se uma inveja incubada de não ter tido coragem de fazer
o mesmo com sua parte da herança: Ele
bebeu o que de fato estava afim de beber nem transou com as prostitutas
que tinha vontade de transar...
Irado reclama ao pai: Eu sempre te respeitei, te servi, fui
um filho obediente e senhor nunca mandou preparar uma festa dessas para mim!
Será engraçado no dia em que todo joelho se dobrará e toda
língua confessará, ver o bebinho do aniversário ou da festa da família entrar
no reino da glória, o crente chateado a reclamar a mesma coisa que o irmão do
filho pródigo estava reclamando. Despeitado por não ter pecado!
Veja; o ser que era para ser luz do ambiente, alegre e sorridente
ao ver toda a família reunida é o ser mais chato e bobo da festa. O irmão do filho pródigo preferiu ficar do
lado de fora, já os “crentes” que conhecemos, nem na porta da festa passa.
Afinal de contas, podem ser “contaminados” pelo ambiente.
Mal sabendo o individuo que a persona habita o intimo de
seus olhos, não querendo ele enxergar onde de fato se encontra o pecado
vergonhoso que por ele é visto.
Enquanto isso eu oro para que o Pai do filho prodigo
convença esse irmão chato a entrar e participar da festa sem preconceito e sem
despeito, embora irado vendo o irmão voltar ao seio do pai se sinta aliviado
por não ter sido ele a desejar comer as fezes dos porcos.
Talvez dessa história ele nunca tenha tomado conhecimento,
afinal de contas não sabemos se ele entrou ou não na festa, mais a alegria
estampada no rosto do pai mostrava que ele tinha conhecimento do sofrimento do
filho que estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. Era merecedor
agora de uma boa roupa, um bom anel, e uma boa cerveja, digo; um bom vinho! Rs
Que a consciência dos crentes e dos fariseus um dia sejam
despertadas no chão do caminho.
Só assim enxergaram fora discernindo de onde vem o
verdadeiro enxergar.
Quem sabe de fato consigam ver algo no dia em que pararem de se fingirem de cegos.
Quem sabe.
Pastor Wellington Filho
19/09/12
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